Curtas de Poética e Lucubração
Importa é saber que a condição de ser do próprio saber é que nos habilita a conhecer, de modo sempre limitado, relativo e dependente; e que a sensação de conhecimento associada aos fatos físicos naturais é apenas a brevidade manifesta de constatação singular daquilo que é ou está, sempre entre extremos, reafirmando-se enquanto inteligência, e que funciona, sendo transiente, e (ainda) existe a partir de uma ou outra origem (mesmo que insólita...mesmo que improvável…).
O resto "é só dança de emoções (humanas)".
Oportunidade de "viajar" mais em:
Curtas de Póetica e Lucubração - 1
Filosofia
Saber que nunca se poderá saber o bastante é, via de regra, conceber dois efeitos contingentes e parcialmente antagônicos. No futuro, eventualmente obsoletos.
* Ciências
O conhecimento científico, quando aplicado às necessidades atuais de tranformação profissional com o propósito de propiciar o surgimento de condições favoráveis à experiência humana relativa aos valores de intenção e condutas, merece um olhar verdadeiramente atento, o qual possa ser o mais isento possível de interferências emocionais (moral) as quais possam criar, manter ou mesmo amplificar o efeito desfavorável de confusão durante a análise.
Assim, o processo de aquisição de informação é continuamente permeado pelo desafio de criar condições ótimas de inteligibilidade, confiabilidade e utilidade.
Disciplina, inteligência, honestidade e autocrítica são requisitos necessários (embora não suficientes) aos esforços de conquista do conhecimento e do valor epistêmico associado.
Educação e Epistemologia
assista via link youtube - Prof.Dr. Nilson José Machado
Sugestões de leitura
"Durante sua evolução, a ciência pouco a pouco apagou as suas origens. Esqueceu as questões do cotidiano que fizeram surgir a física, a medicina, a informática, para pretender que só existe uma ciência universal. Começou-se a acreditar que tudo depende de raciocínios que podem ser os mesmos em qualquer lugar e se supõe que o discurso científico obedece a uma racionalidade independente de qualquer época"
Gérard Fourez, em: A construção das ciências
Introdução à filosofia e à ética das ciências (1995)
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"A educação para a paz, a concórdia entre as nações, o desarmamento, o civismo pacífico, a fraternidade humana, a consciência da interdependência entre as nações e "a experiência da vida em uma sociedade multicultural" não se poderiam satisfazer com o ensino da história como é feito atualmente. Desejar-se-ia eliminar os diversos conflitos entre nações, etnias ou religiões que, com ou sem pretensa razão, consistiriam um obstáculo à educação para a paz. Convém, portanto, reescrever a história, projeto essencialmente totalitário. Naturalmente, contudo, não se poderia compreender a história quando se busca sistematicamente ocultar todos os elementos que, opostos à ideologia oficial, são não obstante um de seus autênticos motores"
Pascal Bernardin, em: Maquiavel Pedagogo ou o ministério da reforma psicológica (2013)
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"Teorias são aceitas, rejeitadas ou submetidas a testes adicionais em virtude de sua relação com os dados empíricos. Dadas as restrições às quais as teorias são submetidas, os dados que podem indicar sua aceitabilidade serão selecionados à luz da inter-subjetividade, replicabilidade (dos fenômenos experimentais) e possibilidade de serem expressos numa linguagem descritiva que contenha apenas termos materialistas, geralmente termos quantitativos e matemáticos, cujos valores sejam inferidos de medições, intervenções instrumentais e operações experimentais"
Hugh Lacey, em: Valores e atividade científica 1 (2008)
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"Que importa se os estudos foram selecionados? Que importa se tudo que está disponível para o observador é um subconjunto cuidadosamente selecionado dos estudos realmente feitos? Que importa se, para cada estudo positivo publicado, um estudo negativo foi suprimido? Afinal de contas, nem todo estudo é publicado. Alguns nunca são escritos porque os investigadores não querem ou são incapazes de completar o trabalho. Alguns são rejeitados pelos editores porque não cumprem os padrões da revista. Muito frequentemente, em especial quando há alguma controvérsia associada ao assunto, os editores se vêem tentados a publicar o que é aceitável para a comunidade científica e a rejeitar o que não é aceitável."
David Salsburg, em: Uma senhora toma chá...
Como a estatística revolucionou a ciência no século XX
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"Em breves linhas, a teoria de Galileu (das marés) explica as marés como consequência de acelerações que, por sua vez, são consequência do movimento da Terra. Pois, quando a Terra, em rotação uniforme, gira em torno do Sol, a velocidade de um ponto na superfície que se encontra no lado oposto ao Sol é maior do que a velocidade do mesmo ponto quando se encontra no lado voltado para o Sol. (Pois, se a velocidade orbital da Terra é O e a velocidade rotacional de um ponto no Equador é R, então a velocidade desse ponto é O + R à meia-noite e O - R ao meio-dia.) Essas mudanças de velocidade significam que devem surgir retardamentos e acelerações periódicos. Mas retardamentos e acelerações periódicos de uma bacia de água resultam, segundo Galileu, em fenômenos como as marés. (A teoria de Galileu é plausível, mas incorreta nessa forma: à parte as acelerações constantes de rotação - isto é, acelerações centrípetas - que também surgem quando O é igual a zero, não surgem outras acelerações; especialmente, portanto, nenhuma aceleração periódica.)"
Karl Popper, em: Em busca de um mundo melhor (2006)
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"187C. SOCR. Then, had we better go back to a point that came up about judgement?
"187C. SOCR. Then, had we better go back to a point that came up about judgement?
THEAET. What point do you mean?
SOCR. A question that worries me now, as often before, and has much perplexed me in my own mind and also in talking to others. I cannot explain the nature of this experience we have, or how it can arise in our minds.
THEAET. What experience?
SOCR. Making a false judgement. At this moment I am still in doubt and wondering whether to let that question alone or to follow it further, not as we did a while ago, but in a new way..."
Platão, em: Plato's Theory of Knowledge
The Theaetetus and The Sophist (Dover Publ. / 2003)
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"As estruturas dissipativas implicam a existência de etapas catalíticas. Isto significa que existe na cadeia das reações químicas uma etapa na qual um produto intermediário Y é obtido a partir de um produto intermediário X, enquanto numa outra etapa X é produzido a partir de Y. Observe-se que estas condições são satisfeitas por todo organismo vivo. As enzimas, que são codificadas no material genético, garantem uma riqueza e uma multiplicidade de reações catalíticas sem equivalente no mundo inorgânico. E, sem elas, o material genético permaneceria letra morta."
Ilya Prigogine, em: O fim das certezas - Tempo, Caos e as Leis da Natureza (1996)
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"Já falamos muitas vezes sobre o conceito de verdade. Quando descrevemos o fenômeno do conhecimento, constatamos que, para a consciência natural, a verdade do conhecimento consiste na concordância do conteúdo do pensamento com o objeto. Chamamos esta concepção de conceito transcendente de verdade. Mas ela se contrapõe a uma outra, que chamamos de conceito imanente de verdade, segundo a qual a essência da verdade não reside numa relação do conteúdo do pensamento com algo contraposto, transcendente, mas sim no interior do próprio pensamento. A verdade é a concordância do pensamento consigo mesmo. Um juízo é verdadeiro quando construído segundo as leis e normas do pensamento. De acordo com essa concepção, a verdade significa algo puramente formal. Ela coincide com a correção lógica."
Johannes Hessen, em: Teoria do Conhecimento (1999)
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